sexta-feira, 6 de abril de 2012

A busca pela identidade do coordenador pedagógico



Curso de pós-graduação latu senso em coordenação pedagógica
Unidade I – A Educação Básica e a coordenação Pedagógica
Prof. Antônio Fávero
Aluno: Geysson Flávio Maranhão Sousa
Data: 08 de abril de 2012

A construção da identidade do coordenador pedagógico no cenário da realidade da educação brasileira: problemas e desafios”.
         Debater a construção da identidade do coordenador pedagógico é algo que passa antes pela definição e a aplicabilidade de sua função no ambiente escolar, principalmente na resolução de seus problemas e desafios mais comuns.
            A criação da identidade do coordenador pedagógico é definida por muitos estudiosos do assunto como sendo de extrema importância para a escola, por isso a necessidade da alteração da imagem atual do profissional que ocupa tal função é de caráter emergencial.
Conforme definido por Maria José Silva Fernandes em seu artigo sobre “ O professor coordenador pedagógico, a articulação do coletivo e as condições de trabalho docente nas escolas públicas estaduais paulistas. Afinal, o que resta a essa função?”. O artigo busca discutir diretamente a função do coordenador nas escolas de São Paulo, porém o mesmo tem sua aplicação expandida, pois a forma a semelhança dos fatos relatados se confundem com a do resto do país.
            A construção dessa identidade passa pela construção de sua função, um não existiria sem o outro. Em SP a função foi criada através das políticas neoliberais  visando mudanças nas escolas daquele Estado. A lei que normatizava sua criação previa dentre outras coisas o mínimo de tempo como professor e provas para ocupar a função. Fazendo  presumir-se que ao se submeter ao processo o professor que iria desempenhar a função estaria qualificado para tal.
            Dessa forma a função estava criada e solidificada não restando dúvidas que ela foi criada com o objetivo de garantir as ações das políticas neoliberais educacionais sendo essas de importância para o contexto escolar, porém a mesma clareza e a solidez não foi dada a figura de quem iria ocupar tal função  embora tenha sido concedido ele o papel de articulador,  “O papel dos coordenadores nestas escolas não tinha relação com a centralização burocrática e a hierarquização do poder defendida pelo tecnicismo (muito em voga naquele contexto histórico), mas tinha como objetivo realizar a função de articulação pedagógica.” (Fernandes, Maria Jose p. 3).  
            A falta de definição sobre seu campo específico de atuação fez com que a identidade do coordenador fosse criada sem uma estrutura voltada para sua verdadeira imagem tal como cita Silvana Augusto (Os desafios do coordenador Pedagógico) “Outra imagem recorrente desse velho coordenador é a de atendente. Sem um campo específico de atuação, responde às emergências, apaga focos de incêndios e apazigua os ânimos de professores, alunos e pais.” Considero tal situação como sendo um dos principais desafios a ser vencidos pelo coordenador, conseguir livrar-se de fatores tidos como emergências é uma difícil tarefa no dia-a-dia, tais situações acabam por mudar completamente sua imagem perante o grupo.
            No Distrito Federal a identidade do coordenador veio escrita na forma do Estatuto das Escolas Públicas do DF de 2009, que também é uma ação de governo neoliberal e define que o momento da coordenação pedagógica é de  responsabilidade do professor coordenador (PC) e nesse mesmo documento  atribuí uma série de funções, das quais destaco: 1- articular ações pedagógicas entre professores, equipes de direção e da Diretoria Regional de Ensino, assegurando o fluxo de informações; 2 - estimular, orientar e acompanhar o trabalho docente na implementação das Orientações Curriculares da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, por meio de pesquisas, de estudos individuais e em equipe e de oficinas pedagógicas locais; 3 - divulgar, estimular e propiciar o uso de recursos tecnológicos, no âmbito da instituição educacional, com as orientações metodológicas específicas; 4 - propor reflexão avaliativa da equipe, objetivando redimensionar as ações pedagógicas. Pode-se observar os verbos: articular, estimular, divulgar e propor, falta a meu ver um verbo de grande importância para esse profissional o de formador.
            Tanto em SP quanto no DF os governos quando da elaboração de tais políticas públicas, estavam mais preocupados em garantir seus propósitos dentro das escolas do que buscar a formação e a construção de uma escola diferente e forte pedagogicamente.
            O coordenador só terá sua identidade formada quando seus pares dentro da comunidade escolar abrirem espaço para sua verdadeira função  de formador pois só construindo junto com o grupo de professores é que ele poderá efetivamente chegar o mais próximo de sua real eficiência “O coordenador eficiente centraliza as conquistas do grupo de professores e assegura que as boas ideias tenham continuidade.” (Silvia Augusto).
            Portanto considero como um grande desafio fazer com que o coordenador seja respeitado pela sua real função, para isso acredito que o mesmo deva buscar seu respaldo junto ao grupo de professores da instituição que atua em cursos e titulações específicos. Vejo que muitos daqueles que desempenham tal função acabam exercendo-a por circunstâncias diferente de sua competência ou qualificação e acabam sendo reféns de ações já mencionadas acima deixando de construir sua verdadeira identidade e assumindo uma que satisfaça o contexto em que vivencia naquele momento.
            A LDB em seu Art.62 § 2º estabelece que “A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009).” Dessa forma a EaD é fundamental na construção dessa identidade, porém é necessário que políticas públicas educacionais tornem obrigatório sua formação do contrário continuaremos na mesma situação.

Fontes:
Ø  O professor coordenador pedagógico, a articulação do coletivo e as condições de trabalho docente nas escolas públicas estaduais paulistas. Afinal, o que resta a essa função? - maria josé da silva fernandes – unesp, campus Araraquara.
Ø  Os desafios do coordenador Pedagógico – Silvana Augusto - Publicado em NOVA ESCOLA GESTÃ.O ESCOLAR, Edição 192, Maio 2006.
Ø  Distrito Federal (Brasil). Secretaria de Estado de Educação. Regimento Escolar das Instituições Educacionais da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, 5ª. Ed – Brasília, 2009.
            

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