sábado, 28 de abril de 2012

A coordenação pedagógica e o novo perfil de aluno que temos em nossas escolas: problemas, desafios e alternativas.


Curso de pós-graduação latu senso em coordenação pedagógica
Unidade III – A coordenação pedagógica e os desafios contemporâneos
                     da educação.
Prof. Antônio Fávero
Aluno: Geysson Flávio Maranhão Sousa
Data: 22 de abril de 2012

A coordenação pedagógica e o novo perfil de aluno que temos em nossas escolas: problemas, desafios e alternativas.
       A sociedade no modo geral tem apresentado uma grande dificuldade em ouvir os problemas de seus membros em especial os alunos.
As escolas atuais tem um aluno com perfil bem diferente das décadas passadas movido por constantes mudanças da sociedade a qual pertence. A  identidade desse aluno baseia-se em ações sociocultural sofridas e provadas por eles no seio social, gerando dessa forma um perfil o qual trás desejos e valores bem diferentes dos que são propostos pela maioria das instituições educacionais.
         Esse novo perfil sofre diretamente as mudanças da vida cultural  fazendo com que esse jovem encare a escola e o trabalho de acordo com o que ocorre dentro do seu ciclo de vida, sobre isso Juarez Dayrell faz o seguinte relato: "Para os jovens, a escola e o trabalho são projetos que se superpõem ou poderão sofrer ênfases diversas, de acordo com o momento do ciclo de vida e as condições sociais que lhes permitam viver a condição juvenil." Dessa forma é inevitável que o perfil desse estudante sofra alterações constante pois ele fará uma análise sobre seu momento dentro da escola ou de seu trabalho causando com isso uma situação de instabilidade constante na formação de seu perfil.
            Devido essas alterações frequentes em seu ciclo de vida, sua personalidade e seus atos fica em uma situação como se fosse um navio a deriva e não consegue seguir aquilo que foi determinado como politicamente correto por regras escolares ou trabalhistas ficando esse a margem dessas instituições sociais.
            Surge então o problema de comportamental comumente conhecida como: indisciplina. Porém essa mesma sociedade que critica o jovem esquecem que suas atitudes são frutos de seu habitat, que seu conhecimento sociocultural é o fator que determina sua postura e seu jeito de ser nos ambientes que participa, sobre isso Antônio Fávero nos fala: "Nessa perspectiva histórico-cultural, faz-se necessário explicitar que cada sociedade tem uma dinâmica sociocultural própria de fazer sujeitos históricos e identidades culturais, isto é, a formação social de sujeitos históricos se concretiza por meio de uma diversidade de instituições sociais e práticas culturais que, paralelamente à produção das condições materiais de existência, “formatam os sujeitos em seus hábitos mentais e motores, em seus laços de pertencimento ao parentesco, ao meio ambiente, às instituições sociais, às normas, regras e leis e a um conjunto de práticas culturais singulares.” (WARNIER, 2000)".
        Sem muito esforço e com muita naturalidade os sujeitos históricos citados por Fávero usando o pensamento de Warnier apresentam comportamentos distintos e impares o que são na sua grande maioria considerados como indisciplinados ou mal educados para os padrões escolares. Então como articular de forma responsável e objetiva esse primeiro problema denominado indisciplina? Devemos recorre a regras rígidas ou ao diálogo? Qual será o caminho que ira obter mais êxito?
         A escola aparece como sendo uma possível solução para esse conflito, porém essa é extremamente contaminada por padrões culturais ocidentais: "O aluno que está em sala de aula já não corresponde a nenhuma das representações propostas pela cultura escolar de natureza iluminista, porque, hoje, na posição de sujeito do conhecimento, ele é, sobretudo, um sujeito histórico, que traz para a sala de aula um repertório de experiências constitutivas da cotidianidade da sociedade contemporânea. o que dificulta no primeiro momento seu papel de articulador, pois seus integrantes não aceitam de imediato a identidade de jovem." (Fávero).
          A escola deixa de ser o lugar de aprendizagem, de troca de valores e passar a ser um local disciplinador onde os alunos são obrigados a esquecer suas experiências de vida em prol daquilo que a comunidade escolar determina como correto, ele é violentado em seus pensamentos e induzido a seguir um padrão o qual contesta.
Porém o que vemos ultimamente é que a escola tem apresentado retornos positivos, isto é , não tem conseguido conter a indisciplina que tem se apresentado cada vez mais presente.
Do outro lado temos professores cada vez mais doentes com problemas psíquico devido a indisciplina dos alunos e o excesso de trabalho a eles imputados gerando doenças como a síndrome de Burnout,
"A complexidade e as diferenças entre os próprios jovens são tais que, segundo Groppo (2000), nos últimos anos, usa-se o termo “juventudes” para que se possa dar conta da diversidade e pluralidade de experiências presentes na vivência juvenil. Essa mudança conceitual tem por objetivo captar, na realidade dos grupos sociais concretos, a existência de uma pluralidade de juventudes, uma vez que, para além de cada recorte sociocultural ― classe social, estrato, etnia, mundo urbano ou rural, gênero etc. ―, é possível perceber a existência de subcategorias de indivíduos jovens, com características, símbolos, comportamentos, subculturas e sentimentos próprios. Cada juventude pode reinterpretar à sua maneira o que é “ser jovem”, estabelecendo diferenças não apenas em relação às crianças e adultos, mas também em relação a outras juventudes."
Esse cabo de guerra entre aluno e escola poderia ser quebrado se ambos os lados cedessem um pouco, os professores deveriam refletir sobre seus métodos e estratégia de trabalho tornando seu poder mais flexível diante de seus alunos, porém as políticas educacionais deveriam buscar também essa aliança com os profissionais da educação diminuindo assim a pressão sobre eles, isso vária com que os alunos passassem a ver a escola como uma orientadora e intermediadora de suas multiplicidades sociocultural, e deve a todo custo melhora-las a cada dia em busca não do aluno bem comportado e alienado mas do cidadão consciente.
         Tendo essa capacidade de reorganizar e reinventar sua identidade o aluno altera seu espaço conforme cita Juarez Dayrell "Os jovens tendem a transformar os espaços físicos em espaços sociais, pela produção de estruturas particulares de significados." Porém ao tentar modificar esse espaço, eis que é apresentado a ele as regras e normas da instituição sem as mesmas terem sido ao menos dialogada.
            Nesse novo espaço jovem se depara com outra figura o professor o qual terá o papel determinante na vida e que o ajudara a entender os significados dos vários conhecimentos a ele apresentados, pois só com o estreitamento desse entendimento é que ele irá desenvolver seu perfil comportamental: "para que me comportar se não vejo sentido naquilo que estou fazendo?" (Celso S. Vasconcelos).
O aluno precisa ver o sentido no que esta sendo ensinado e o professor precisa esta motivado para dar sentido no que ensina, além disso é necessário que o professor seja tratado com dignidade para que possa exercer seu papel de transformador e seja capaz de criar uma nova realidade para os alunos"... fica claro que um dos maiores desafios é o resgate do professor como sujeito de transformação: acreditar que pode, que tem um papel a desempenhar muito importante, embora limitado. Acreditar na possibilidade de mudança do outro, de si e da realidade."(Vasconcelos). Somente pensando dessa forma é que os profissionais em educação poderão entender, aceitar e aperfeiçoar  o perfil do aluno do século XXI.

Referências Bibliográficas.
ü  Antonio Fávero Sobrinho.O ALUNO NÃO É MAIS AQUELE! E AGORA, PROFESSOR ? A transfiguração histórica dos sujeitos da educação. Faculdade de Educação, Universidade de Brasília.
ü  Celso dos S. Vasconcellos. Os Desafios da Indisciplina em Sala de Aula e na Escola.
ü  Mary Sandra Carlotto. A SÍNDROME DE BURNOUT E O TRABALHO DOCENTE.










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