Curso de
pós-graduação latu senso em coordenação pedagógica
Unidade III – A
coordenação pedagógica e os desafios contemporâneos
da educação.
Prof. Antônio
Fávero
Aluno: Geysson
Flávio Maranhão Sousa
Data: 22 de abril
de 2012
A coordenação
pedagógica e o novo perfil de aluno que temos em nossas escolas:
problemas, desafios e alternativas.
A
sociedade no modo geral tem apresentado uma grande dificuldade em ouvir os
problemas de seus membros em especial os alunos.
As
escolas atuais tem um aluno com perfil bem diferente das décadas passadas
movido por constantes mudanças da sociedade a qual pertence. A identidade desse aluno baseia-se em ações
sociocultural sofridas e provadas por eles no seio social, gerando dessa forma
um perfil o qual trás desejos e valores bem diferentes dos que são propostos
pela maioria das instituições educacionais.
Esse novo perfil sofre diretamente as
mudanças da vida cultural fazendo com
que esse jovem encare a escola e o trabalho de acordo com o que ocorre dentro
do seu ciclo de vida, sobre isso Juarez
Dayrell faz o seguinte relato: "Para os jovens, a escola e
o trabalho são projetos que se superpõem ou poderão sofrer ênfases diversas, de
acordo com o momento do ciclo de vida e as condições sociais que lhes permitam
viver a condição juvenil." Dessa forma é inevitável que o perfil desse
estudante sofra alterações constante pois ele fará uma análise sobre seu
momento dentro da escola ou de seu trabalho causando com isso uma situação de
instabilidade constante na formação de seu perfil.
Devido essas alterações frequentes em seu ciclo de vida, sua
personalidade e seus atos fica em uma situação como se fosse um navio a deriva
e não consegue seguir aquilo que foi determinado como politicamente correto por
regras escolares ou trabalhistas ficando esse a margem dessas instituições
sociais.
Surge então o problema de comportamental comumente
conhecida como: indisciplina. Porém essa mesma sociedade que critica o jovem
esquecem que suas atitudes são frutos de seu habitat, que seu conhecimento
sociocultural é o fator que determina sua postura e seu jeito de ser nos
ambientes que participa, sobre isso Antônio Fávero nos fala: "Nessa
perspectiva histórico-cultural, faz-se necessário explicitar que cada sociedade
tem uma dinâmica sociocultural própria de fazer sujeitos históricos e
identidades culturais, isto é, a formação social de sujeitos históricos se
concretiza por meio de uma diversidade de instituições sociais e práticas
culturais que, paralelamente à produção das condições materiais de existência,
“formatam os sujeitos em seus hábitos mentais e motores, em seus laços
de pertencimento ao parentesco, ao meio ambiente, às instituições sociais, às
normas, regras e leis e a um conjunto de práticas culturais singulares.”
(WARNIER, 2000)".
Sem muito esforço e com muita naturalidade os sujeitos
históricos citados por Fávero usando o pensamento de Warnier apresentam
comportamentos distintos e impares o que são na sua grande maioria considerados
como indisciplinados ou mal educados para os padrões escolares. Então como
articular de forma responsável e objetiva esse primeiro problema denominado
indisciplina? Devemos recorre a regras rígidas ou ao diálogo? Qual será o
caminho que ira obter mais êxito?
A escola aparece como sendo uma possível solução para
esse conflito, porém essa é extremamente contaminada por padrões culturais ocidentais:
"O aluno que está em sala de aula já não corresponde a nenhuma das representações
propostas pela cultura escolar de natureza iluminista, porque, hoje, na posição
de sujeito do conhecimento, ele é, sobretudo, um sujeito histórico, que traz
para a sala de aula um repertório de experiências constitutivas da
cotidianidade da sociedade contemporânea. o que dificulta no primeiro
momento seu papel de articulador, pois seus integrantes não aceitam de imediato
a identidade de jovem." (Fávero).
A escola deixa de ser o lugar de aprendizagem, de troca
de valores e passar a ser um local disciplinador onde os alunos são obrigados a
esquecer suas experiências de vida em prol daquilo que a comunidade escolar
determina como correto, ele é violentado em seus pensamentos e induzido a
seguir um padrão o qual contesta.
Porém o
que vemos ultimamente é que a escola tem apresentado retornos positivos, isto é
, não tem conseguido conter a indisciplina que tem se apresentado cada vez mais
presente.
Do outro
lado temos professores cada vez mais doentes com problemas psíquico devido a
indisciplina dos alunos e o excesso de trabalho a eles imputados gerando
doenças como a síndrome de Burnout,
"A
complexidade e as diferenças entre os próprios jovens são tais que, segundo
Groppo (2000), nos últimos anos, usa-se o termo “juventudes” para que se possa
dar conta da diversidade e pluralidade de experiências presentes na vivência
juvenil. Essa mudança conceitual tem por objetivo captar, na realidade dos grupos
sociais concretos, a existência de uma pluralidade de juventudes, uma vez que,
para além de cada recorte sociocultural ― classe social, estrato, etnia, mundo
urbano ou rural, gênero etc. ―, é possível perceber a existência de
subcategorias de indivíduos jovens, com características, símbolos,
comportamentos, subculturas e sentimentos próprios. Cada juventude pode
reinterpretar à sua maneira o que é “ser jovem”, estabelecendo diferenças não
apenas em relação às crianças e adultos, mas também em relação a outras
juventudes."
Esse cabo
de guerra entre aluno e escola poderia ser quebrado se ambos os lados cedessem
um pouco, os professores deveriam refletir sobre seus métodos e estratégia de
trabalho tornando seu poder mais flexível diante de seus alunos, porém as
políticas educacionais deveriam buscar também essa aliança com os profissionais
da educação diminuindo assim a pressão sobre eles, isso vária com que os alunos
passassem a ver a escola como uma orientadora e intermediadora de suas multiplicidades
sociocultural, e deve a todo custo melhora-las a cada dia em busca não do aluno
bem comportado e alienado mas do cidadão consciente.
Tendo essa capacidade de reorganizar e reinventar sua
identidade o aluno altera seu espaço conforme cita Juarez Dayrell "Os
jovens tendem a transformar os espaços físicos em espaços sociais, pela
produção de estruturas particulares de significados." Porém ao tentar
modificar esse espaço, eis que é apresentado a ele as regras e normas da
instituição sem as mesmas terem sido ao menos dialogada.
Nesse novo espaço jovem se depara com outra figura o
professor o qual terá o papel determinante na vida e que o ajudara a entender
os significados dos vários conhecimentos a ele apresentados, pois só com o
estreitamento desse entendimento é que ele irá desenvolver seu perfil
comportamental: "para que me comportar se não vejo sentido naquilo que
estou fazendo?" (Celso S. Vasconcelos).
O
aluno precisa ver o sentido no que esta sendo ensinado e o professor precisa
esta motivado para dar sentido no que ensina, além disso é necessário que o
professor seja tratado com dignidade para que possa exercer seu papel de
transformador e seja capaz de criar uma nova realidade para os alunos"...
fica claro que um dos maiores desafios é o resgate do professor como
sujeito de transformação: acreditar que pode, que tem um papel a desempenhar
muito importante, embora limitado. Acreditar na possibilidade de mudança do
outro, de si e da realidade."(Vasconcelos). Somente pensando dessa forma é
que os profissionais em educação poderão entender, aceitar e aperfeiçoar o perfil do aluno do século XXI.
Referências Bibliográficas.
ü Antonio Fávero
Sobrinho.O ALUNO NÃO É MAIS AQUELE! E AGORA, PROFESSOR ? A transfiguração
histórica dos sujeitos da educação. Faculdade de Educação, Universidade de
Brasília.
ü Celso dos S. Vasconcellos. Os Desafios da Indisciplina em Sala de Aula e na
Escola.
ü Mary Sandra
Carlotto. A SÍNDROME DE BURNOUT E
O TRABALHO DOCENTE.
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